iquei o domingo e a segunda afastado da blogosfera, mas não fiquei afastado do que eu queria externar aqui sobre a corrida de domingo… Não sei o que a Bianca tem a dizer sobre isso, nem pude orientá-la a fazer isso, mas ela sabe que ela tem carta branca por aqui e eu quero ver o que ela tem a dizer sobre a corrida, se possível, desprovida de seus maria-paddockismos que lhe são característicos…
– Ôxe, como assim, chefe?
– Quero dizer, SUA VAQUINHA, que se você vier falar que o Maffa merecia ganhar porque ele é “liiiiiiindo”, EU PROVOCO UMA FRATURA EXPOSTA NO SEU NARIZ!!
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– Mas eu nem acho o Maffa bonito, visse?
– Não?
– Pelo menos é isso que tá escrito aqui nesse roteiro que me deram…
Vou contar uma historinha pra vocês, amiguinhos… Uma história que eu e minha mãe, diante de várias circustâncias, esfragamos um da cara do outro: o fato de que uma pessoa precisa se dar o respeito e se impor diante da vida e das circunstâncias que elas apresentam… Não permitir que outros o façam de capacho, etc, etc… Se você não permitir que nenhum filho da puta tire uma da sua cara, as pessoas te respeitam mais… Do contrário, você sempre será visto como um cuzão que deixa qualquer um meter na sua bunda e você ainda é capaz de achar isso o máximo…
Além disso, peço aos rapazes, que já foram moleques um dia, que tentem puxar pela memória a respeito do colega babaca (e, na maioria das vezes, perna de pau…) que, pelo fato de a bola ser dele, ele TINHA que jogar… Se ele fosse colocado na “de fora”, ele se irritava, pegava a bola dele e ia pra casa… Quantas vezes você não quis quebrar a cara deste viadinho? Ou quantas vezes você, de fato, quebrou a cara desse babaquinha?
– Tá, mas e quem é menina?
– Tente se lembrar quando você brincava de Barbie com uma amiguinha, aí você não queria fazer algo que ela queria e aí ela levava as Barbies e todas as traquitanas dela…
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– Ah, sim… E o que são traquitanas?
IPC: O exemplo feminino do moleque babaca dono da bola foi dado pela própria Loriane…
Pois bem, vocês devem se lembrar das 10½ temporadas que Michael Schumacher disputou pela Ferrari entre 1996 e 2006… Nesse meio tempo, o alemão destruiu recordes e mais recordes… É bem verdade que ele foi ajudado por seus fiéis escudeiros, que eram proibidos, por contrato, de ultrapassar Schumacher na pista… Esta política de primeiro/segundo piloto chegou no seu auge em 12 de maio de 2002, quando Rubens Barrichello teve que ceder uma vitória de ponta a ponta no Grande Prêmio da Áustria… Aliás, é impossível esquecer do Cléber Machado narrando a chegada: “Hoje não!! Hoje não!! Hoje sim… Hoje sim?!“
Após aquela corrida, a sexta de 17 naquela temporada, Schumacher havia chegado a 54 pontos, 27 a mais que o segundo colocado, Juan Pablo Montoya… Ao final da temporada, Schumacher foi campeão com 144 pontos e o Rubinho foi vice, com 77, 27 pontos a mais que o seguinte, novamente o Montoya… Sem a inversão de posições, a diferença entre eles seria de quatro pontos a menos… Isso, considerando os resultados das corridas seguintes, apenas fariam com que o quinto título do alemão fosse selado com uma corrida a menos de antecedência (Schumacher foi campeão no GP da França, 11ª de 17 etapas da temporada de 2002…)
Por conta da repercussão extremamente negativa do episódio, a FIAdaputa proibiu o jogo de equipe que alterasse o resultado de uma corrida… E isso seria mais fácil ainda de barrar porque as transmissões de rádio entre as equipes são liberadas pra FOM (Formula One Management, empresa que transmite as corridas…) chupinhar o que for interessante pra transmissão… É claro que, ainda assim, não seria difícil fazer esse tipo de jogada… Por exemplo, dois segundos a mais de gasolina no tanque, para que o outro piloto passe, tal como foi feito no GP do Brasil de 2007, quando Kimi Räikkönen passou Felipe Massa para vencer a corrida e fechar o título…
Eis que a história se repete, com o mesmo enredo e a porra toda… Um piloto brasileiro, um piloto que se acha superior a tudo e todos no mundo, a Ferrari, uma ordem de equipe, muito campeonato pela frente… Perceberam a jogada? Essa história tem um prólogo (Fernando Alonso dizendo que “é ridículo” o Massa defendendo a posição dele…) e um epílogo (a equipe dizendo ao Felipe que ele foi magnânimo…) bastante curiosos…
Mas sabem o que há em comum nestes dois episódios? Lembram lá em cima, sobre “se impor”? Pois bem… Nos dois casos, nem Rubinho e nem Massa tentaram se impor diante da ordem dada… Aceitaram, abriram as perninhas e deixaram entrar, quando, teoricamente, poderiam ter dito “não”…
Aí é que vem toda a questão de “se impor”… Por que nunca fizeram isso, por exemplo, com o Senna, com o Piquet, com o Prost, com o Emerson… Porque eles impuseram respeito nas equipes que defenderam… Senna vetou Derek Warwick na Lotus em 1986 e fez de Gerhard Berger seu escudeiro na McLaren entre 1990 e 1992… Piquet contestou (e contrariou) várias vezes as ordens da Williams que davam privilégios ao britânico Nigel Mansell, Prost vetou o próprio Senna na Williams em 1993… E por aí vai…
Sobre Rubinho e Massa, ninguém os obrigou a aceitar um contrato que previa que eles não teriam prioridade no time… Se aceitaram, é porque estão dispostos a conviver com essa rotina de ter que abrir pro primeiro piloto passar… Sobre Schumacher e Alonso, são dois elementos que não conseguem ganhar apenas por méritos próprios, todo e qualquer obstáculo que eles puderem anular, de forma lícita ou não, serão anulados… Quase sempre, o único obstáculo que a equipe pode, por ela mesma, tirar do caminho do primeiro piloto é o segundo piloto do time…
Aí vem a grande questão: tanto Rubinho quanto Massa sabiam que, quando o Schumacher ou o Alonso chegassem na equipe, eles seriam os primeiros pilotos e não iam querer ser contestados por isso… (Alonso ainda foi além, achou “ridículo” o fato de o Massa defender a posição dele na corrida…), ambos tiveram, em todas as ocasiões, a opção de negar… Negar um contrato que os colocasse como segundos pilotos, negar uma ordem de equipe de deixar o companheiro passar, etc, etc…
Nesse ponto, eu puxo o exemplo do Nelson Piquet… Tantas vezes a Williams quis que ele liberasse o caminho pro Mansell ser o primeiro piloto e tantas vezes o Nelson cagou em cima de Frank Williams, em sua cadeira de rodas e em seus asseclas… Senna teve moral pra vetar quem ele quisesse na equipe dele, assim como Prost e vários outros… Rubinho sempre foi um bundão, sempre se contentou com qualquer merdinha… E, claro, com uma grande ajudinha da imprensa esportiva brasileira e pacheca, que sempre acha que os brasileiros têm que ganhar, porque são brasileiros…
O mesmo pro Felipe Massa… Ele ainda foi pior, porque ele tem muito mais tempo de casa que Kimi e Alonso JUNTOS… Mas não tem peito pra chegar e falar: “Que porra é essa? Virou bagunça? Ou correm os dois iguais ou eu puxo o carro…”, tal como Barrichelo fez, ainda que tardiamente, na Ferrari… Sabe o que issao significa? Que o Massa virou garoto de programa… Deixa o Alonso meter na bunda dele e ainda ganha um rio de dinheiro por isso… Isso, amiguinhos, é prostituição, é deixar se corromper por dinheiro…
Eu acho que se um piloto aceita ser capacho de outro piloto assim, do nada, então mostra o quanto CUZÃO que este cara é… Felipe Massa só confirmou o que ele mesmo havia admitido antes sobre ser um bundão… Um sujeito desses não merece mais o respeito de seus torcedores, menos ainda o meu… Se ele prefere manter o emprego do que manter a própria dignidade, eu prefiro mandá-lo tomar no cu do que mandá-lo ir à merda!!
Aí, caros amiguinhos… Quando eu penso que vou fechar esta edição, pinga esta manchete por aqui: Ecclestone apoia Ferrari por ordem de equipe a Massa na Alemanha
Era o que eu esperava de um sujeito como ele, que mostra cada vez mais que a Fórmula 1 tem que priorizar seu lado financeiro e político e o esporte que se foda… Reitero o que já havia dito no blog do Rafael Lopes: TEM QUE MORRER, ESTE FILHO DA PUTA!! De câncer na olhota, que dói mais… Ou seja: pra ele, Fórmula 1 tem que ser aquela coisa espetaculosa, corridas em tilkódromos espalhafatosos, futuristas, mas sem um ponto de ultrapassagem, localizados nos pontos mais inóspitos do mundo, decididas apenas nas estratégias de boxes ou por ordens de equipe… Ou seja: transformar a Fórmula 1 num verdadeiro jogo de cartas marcadas… É isso?
Desculpa aí, mas se é pra ver algo combinado, eu prefiro ver isso aqui, que eu já sei que é tudo armado, mas mesmo assim, nunca deixou de ser divertido…
UPDATE (27 de julho – 13:45) – Briatore, você também, VAI TOMAR NO CU!!
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