ão era a melhor forma de iniciar a semana. Primeiro, um sábado chuvoso bagarai, aqui na Baixada Santista. Parecia um prenúncio do que viria a acontecer no domingo. Não, não era uma novidade, e sim, algo que já aconteceu muitas vezes (e, pelo visto, vai continuar a acontecer).
A morte de Gustavo Sondermann, 29 anos, durante a etapa de abertura da Copa Montana, reabriu o leque de discussões, tanto da segurança da categoria (e isso inclui a Mini e a Stock Car, também) quanto sobre a bendita Curva do Café.
Não. O paulista, número 48, não foi o primeiro a partir para o andar de cima nesta curva. Em 2007, também por uma das categorias de acesso, Rafael Sperafico (coincidentemente, seu companheiro de equipe à época) também faleceu, na mesma curva, e quase da mesma forma.
Essa curva é um perigo. Qualquer vacilo é crucial. Por um simples motivo: displicência de quem rege o automobilismo nacional (e, lendo isso aqui, me dá mais certeza no que afirmei).
Que porra de responsabilidade da FIA é essa? Por que ninguém nunca pensou em contratar uma porrada de engenheiros, automaníacos, pilotos, chefes de equipes, jornalistas, enfim, gente que enviasse o maior número possível de projetos para acabar com a carnificina, sem acabar com as ultrapassagens no S do Senna?
Maneiras de tornar a curva segura, há. Aos montes: mudar o traçado do Mergulho e da Junção, colocar os “soft walls” (como nos ovais americanos), retirar a primeira arquibancada da reta… só resta agir. O que, nos dias de hoje, é quase impossível. Enquanto isso, lamentamos a morte de mais um.
Até quando?
UPDATE (5 de abril – 17:35) – O Rodrigo me mandou ontem uma imagem de uma proposta DELE pra melhorar a segurança de Interlagos, especificamente na Curva do Café… Eu fiz uma adaptação pra casar direitinho com o Google Earth… Segue:
Minha opinião: melhorou a tomada do Bico do Pato e apertou mais as curvas do Mergulho, Junção e Café, além de aumentar a área de escape nos terrenos em questão… A pista ficaria com aproximadamente 4.320 metros de extensão, não muito diferente do que é hoje em dia…
Só tem um porém: a reta principal passaria por onde fica, hoje, o Bico do Pato… Entre o Bico do Pato e a reta principal tem um barranco, consideravelmente alto… Pra ficar nestas condições, teria que fazer uma reforma muito grande naquela parte do terreno e, considerando-se a boa vontade da CBA e seus asseclas, seria inviável…