a.k.a.一輝!! – Edição 1660

ais uma noite de debate, senhoras e senhores! E hoje, pra sair do debate pro deporradaria faltou pouco… Fazia tempo que eu não via um debate tão acalorado aqui no Rio! A única vez foi se não me engano em 2000, quando o Conde perdeu todas as estribeiras e ficou brigando com Maia e até o mediador do debate, xingando Deus e o mundo com o microfone fechado. (Alguém tem link do YouToba aí?) Sem mais delongas, vamos à trollagem de quem trolla a nossa vida durante quatro anos!

Guerra de insultos. E quem perde é o povo!

Eletrizante. Quente. Fervente. Hilário. Envergonhante. Decepcionante. Deprimente. Todos esses adjetivos poderiam descrever o debate desta quinta na Bandeirantes, com os quatro principais candidatos ao governo do Rio de Janeiro: Fernando Gabeira (PV), Fernando Peregrino (PR), Jeferson Moura (PSOL) e Sérgio Cabral Filho (PMDB). Na primeira pergunta, começou o bombardeio ao atual governador, apoiado pelo PT e um porrilhão de outros partidos. E foi assim durante todos os momentos: quando não se atacavam, todos decidiram martelar Cabral, com todo tipo de denúncia: uma das mais graves, dava conta de que a mulher do governador advoga para a SuperVia e o Metrô, o que explica as concessionárias – que até deixam trem sem maquinista – NUNCA serem punidas pela agência reguladora, a AGETRANSP. O pior é que é verdade…

Não demorou muito e Cabral pediu um direito de resposta, pois teria sido ofendido. Ninguém entendeu quando e quem fez a tal ofensa, mas o fato é que a produção da TV Bandeirantes deu o direito de resposta por sabe-se-lá-o-quê. Com 45 segundos a mais, Sérgio Cabral se limitou a lamentar a postura dos adversários. Desespero dele, e dos oposicionistas também. Enquanto isso, começava a guerra nas redes sociais: apoiadores de Cabral e Gabeira, principalmente, trocavam farpas virtuais de quem seria mais sujo. Cabral já foi aliado do casal Garotinho, que hoje apoia Peregrino – Garotinho seria o candidato, mas desistiu para tentar uma vaga na Câmara. Se fosse candidato ao Governo, a pressão seria maior pela impugnação. E Peregrino acabou entrando, como testa-de-ferro, totalmente desconhecido do eleitorado – e Gabeira tem o apoio do DEM e do ex-prefeito Cesar Maia, envolvido até hoje em escândalos de superfaturamento de obras públicas…

Curiosamente – e na maior cara-de-pau, diga-se de passagem – Cabral deixou de responder as perguntas, enrolando até acabar o tempo, e também não perguntava, fazendo ataques até estourar o tempo e ter a atenção chamada. O clima esquentou de vez quando Gabeira revelou que – pasmem – um professor no estado do Rio ganha metade do salário de um cabo eleitoral do governador-candidato. Não, você não leu errado: um professor concursado chega a receber R$ 610, METADE do que ganha um cabo eleitoral da coligação do PMDB (em torno de R$ 1.300). Eu não quero nem imaginar de onde tá saindo essa grana toda, pra não ter um infarto…

– Concursado, temporário, sem carteira assinada, sem vale-transporte, plano de saúde, sem nada… Lembra?

Depois dessa denúncia e de outra, feita no RJTV – o governo de Cabral pagou muito mais caro por remédios em compras “emergenciais”, sem licitação, a torto e a direito. Pagou mais caro até em quantidades maiores que outros estados, e um dos laranjas do esquema tem casa em São Gonçalo, mas mora nos Estados Unidos! – a assessoria do governador pediu direito de resposta e… a Band deu de novo! Ainda mais infundado que o primeiro… No ato, Gabeira se revoltou e começou a gritar mesmo com o microfone fechado que aquilo era “uma vergonha”. Cabral chegou a discutir com o candidato do PV, que não tinha seu áudio ligado por não ser sua vez de falar. O ringue estava armado, lembrou os debates Maluf x Covas, só faltou a pipoca pro circo ficar completo.

Peregrino e Moura pareciam coadjuvantes, e até certo ponto eram mesmo. Foram os únicos a trazer propostas reais – Jeferson Moura prometeu retornar o ensino em tempo integral, e Peregrino disse que vai aumentar a ação das UPPs – e quase sucumbiram à guerra dos dois primeiros das pesquisas. Aí veio a notícia de que “Sergio Cabral” tinha entrado no TTBr, e “Cabral” estava no Trending Topics MUNDIAL, à frente do muito comentado filme “A Origem” (Inception)… A maioria esmagadora dos twitts pedia a saída de Cabral do governo, e tinha xingamentos. Xingamentos os quais o “digníssimo” político também dirigiu a um menor, negro, pobre, favelado e sem oportunidades. O jovem Leandro gravou as agressões verbais do governador e até do presidente Lula… Absurdo!

O debate caminhou pro final mantendo o tom de guerra, com Cabral dizendo que Gabeira foi ao desastre de Angra dos Reis, em janeiro, para “fazer turismo e faturar”. Peregrino disse que o “castelo de cartas” do atual governador havia caído, Gabeira se defendeu dizendo que visitou várias outras zonas de desastres, mas para ajudar. E, de longe, a melhor frase veio de Jeferson Moura: “não tenho milhões na conta, e não ando de helicóptero!” Ganhou o debate ali. Ou melhor: foi o que menos saiu derrotado…

Seja quem for o eleito, ou os dois que forem para o 2° turno, o Rio perde. Perde mais ainda que os bilhões usurpados se a Emenda Ibsen passar… Perde muito com essas picuinhas, com esse bombardeio de “você é mais podre do que eu”, “você rouba mais do que eu” e similares. Uma pena, porque hoje eu esperava ver ideias, mas só vi farpas. Não dá pra negar que foi divertido, mas já resume bem o ditado: é rir da política carioca pra não chorar…


Governador, não seja você o “sacana”, porque eu não sou “otário”!

Agora me deem licença que eu vou ver a chuva de meteoros!

– Chuva de meteoros, eu ainda prefiro ver ESTA

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Comments (3)

  1. Não são meteoros, são aerolitos…

    O debate foi uma coisa interessante, colocaram o Sergio Cabral no muro, e lascaram a metralhadora nele…

    Campanha: Lula, me deixe jogar tênis!!!

    1. Concordo… Debate bom é debate que ponha o atual governante na parede e a mão inteira nas feridas (que no caso do Cabral não são poucas…). Pra mim foi uma putaria ele se esquivar de TODAS as perguntas… Já não tinha meu voto, e acabou de “perder mais ainda”.

      Campanha: Lula, me deixe jogar tênis!!! [2]

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