a.k.a.一輝!! – Edição 1623

odo mês de junho é assim: as ruas se pintam de vermelho, todo esse apelo comercial pelo Dia dos Namorados, mas… E daí? Daí que esse dia, nesse ano, foi no mínimo curioso para mim e para a futura Sra. Sacramento (conhecida nas horas vagas como Giseli). Crianças, a história que eu vou contar tem muito de realidade e só um pouquinho de ficção. Cabe a vocês descobrir o que não é verdade e ver o quanto @OCriador e a Lei de Murphy podem te sacanear nessa data…


Dia dos Atrapalhados

Quem me conhece, sabe que costumo dizer que maio e junho – principalmente no final do primeiro e mês e começo do segundo – são os meses da minha falência. É Dia das Mães, aniversário da noiva, aniversário da sogra, aniversário de namoro e vejam só, Dia dos Namorados. Aí não tem bolso que aguente, e idem para a criatividade nos presentes. Eis que eu resolvi ter a brilhante ideia de levar a patroa para jantar no dia dos pombinhos, que só pra acabar de vez com a minha sanidade, caiu num sábado. Mas eu não estava nem aí.

O restaurante escolhido já era nosso conhecido, e o cardápio era simplesmente o “rodízio total”: massas, churrasco, pizzas, doces e o bucentauro a quatro por módicas 25 lascas. Para magros “de ruim” como eu, o jantar perfeito. Ia comer até o toba fazer bico e assobiar em sete idiomas, pagaria pouco – sim, sou mais pão-duro do que o Maluf é ladrão – e satisfaria a minha digníssima noiva facilmente. E de carro, ficaria ainda melhor. Ledo engano… Ao chegarmos perto do restaurante, vimos uma fila de pelo menos 50 METROS de casais congelando no frio do fim de outono, com fome e esperando pra entrar no lugar. Pensei: “FFFUUUUUUU…” Rapidamente, me veio à cabeça o plano B: um restaurante japonês perto dali que nós nunca tínhamos visitado, e sempre tínhamos vontade.

E lá fomos nós. Chegamos ao local, nos sentamos – ainda haviam algumas mesas livres – e pedimos. Experimenta daqui, belisca dali, come acolá e logo nos enchemos. Pouco depois, lá pelas 20h30, do lado de fora estava bem mais frio e agora já havia uma fila, que só fez aumentar até a hora em que voltamos para casa. A Giseli ainda ganhou um vasinho com margaridas, e ficou encantada com o mimo que o restaurante separou aos casais. Em casa, decidimos sair de novo para botar à prova um ditado de um professor meu, dos tempos de faculdade: Luiz Otávio Alvarenga sempre disse que “pior que fila de restaurante no Dia dos Namorados, só fila de motel”. Começamos a procura por um bem perto, e como ainda era cedo, “esnobamos” a fila de apenas um carro. E Murphy ataca novamente…

A partir daí, foi uma sucessão de estabelecimentos lotados, e com um detalhe: períodos reduzidos, para acomodar mais gente em menos tempo, dando ainda mais grana para os donos. Normalmente, as “diárias” são de 12 horas, reduzidas para 6h aos sábados e, pasmem, só 4h no Dia dos Namorados. E nos dias 12 e 13/06, 99,9% dos motéis não aceita cortesias ou descontos. Uma #putafaltadesacanagem… Chegou-se a um ponto em que um deles cobrava R$ 189 por 4h numa suíte. EM SÃO GONÇALO, PORRA!! Tudo isso pra dar umazinha – ou duas, três, whatever – mas nem fudendo!!! (Literalmente…) E tinha gente dando – nos dois sentidos – porque esse também estava lotado.

O melhor das filas eram os carros bizarros que apareciam… Fuscas, Chevettes, vans escolares e – não resisti e caí no riso – até um carro de funerária!! Só faltou o Meianov do @flaviogomes69… Rodamos por mais de uma hora, ouvindo a mesma resposta em uns dez – juro que foi só pelo dever jornalístico… – e acabamos no primeiro. Dessa vez, mais carros na fila – a maioria táxis – e justo na minha vez, teria ficado lotado. Eu, narigudo e motherfucker que sou, fui dar a volta e conferir se eu estava azarado mesmo. E não é que havia várias garagens vazias, e consequentemente suítes vazias? É muita teoria da conspiração, mas tudo me leva a crer que lá havia um esquema com os taxistas pra trazer casais lá, e o taxista levaria uma “comissão”. E claro, táxi num fim de noite de sábado – com bandeira 2 – não iria sair barato. Acabou que por ser enxerido, consegui uma vaga onde estaria lotado. Chupa essa manga!

Fica a lição, pequenos gafanhotos: se você for levar sua espécime do sexo feminino para sair no Dia dos Namorados, tenha reserva – é quase impossível que os restaurantes façam, mas não custa tentar – e se falhar, tenha outra alternativa de local. Coma cedo. E rápido. E se for esticar a noite, não chegue no motel depois das 22h, caso contrário nem vá. E claro, tenha um bolso bem preparado, surpresas neste caso nunca são bem-vindas… E feliz Dia dos Atrapalhados Namorados!!

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Comments (3)

  1. Ou então faça como eu: leve pra casa que não tem errada… Pra mim, o que importa não é o programa, mas o fato de estarem juntos…

    Sim, porque eu acho uma babaquice ter que dar presente em dia marcado… Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, Natal, etc…

    Quer surpreender? Dê presente pelo Dia de Porra Nenhuma!!

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