a.k.a.一輝!! – Edição 1595

essoal, eu já estava querendo escrever sobre isso há algum tempo. Mas como a Fiat resolveu “misturar Activia” no café dos estagiários nessa quarta, não há oportunidade melhor do que essa pra fazer o alerta. Taca aí, Creuzebek!!


Como ir de supercase a anticase,
em um dia

Sua marca é líder de vendas no país, em um semestre que registrou o recorde histórico de vendas de carros. Aí, a marca resolve fazer uma megacampanha para lançar a nova geração de um de seus clássicos carros populares. Perfis em redes sociais, fotos aqui e ali, e até uma “entrevista coletiva” via Formspring. O que poderia dar errado? A resposta vem em três palavras: falta de preparo. A cada dia, pipocam novos anticases de tratamento a consumidores nas redes sociais. Eu mesmo já fui chamado de “mentiroso” pela KingHost. E nesta quarta (5), quem resolveu entrar para esse time nada agradável foi a Fiat.

No lançamento de sua campanha do @novofiatuno, a Fiat passou a responder perguntas dos consumidores no Formspring. Foram mais de 5.400 perguntas enviadas em nove dias, e tudo ia bem até que algum “profissional” com total falta de tato e bom senso resolveu jogar toda uma campanha no lixo:

Não bastasse o fato de não responder adequadamente a pergunta, não explicando porque não se produzem carros cor de rosa, o responsável pelo “grupo Happy Hour” ainda alfinetou a torcida do São Paulo – que é apelidada por torcedores adversários de “bambi”. Se uma pessoa comum faz uma provocação a um clube ou fiéis de uma religião, teoricamente isso não importa para o mercado. Agora, quando uma marca expõe isso num canal oficial de comunicação, o efeito é desastroso.

Em minutos, criou-se um buzz negativo muito forte para a Fiat, sendo tachada até de homofóbica. Ao atribuir um estereótipo a uma das maiores torcidas do país – justamente a que mais cresce entre os jovens, que por sua vez, são os que mais usam redes sociais – a montadora italiana dá um tiro no pé difícil de cicatrizar. Quer dizer então que gays não compram carros? Ou pior, não existem compradores para carros cor de rosa, independentemente de suas opções sexuais? Acreditem: há mercado para todos na era digital. Há até uma rede social para criadores de chinchilas com mais de 5 mil membros. E em tempos onde explorar nichos é o que as empresas bem-sucedidas fazem, a Fiat foi na contramão, com o perdão do trocadilho.

E o pior: não foi a primeira vez… Veja o que a montadora respondeu a outra pergunta sobre cores:

Mais uma vez, uma piadinha relacionada a um clube de futebol paulista. A provocação desta quarta já foi uma ofensa direcionada a 11 milhões de torcedores, e nesse caso, mais 8 milhões de potenciais compradores palmeirenses ganharam sua cota de piada de péssimo gosto. E o pior: torcedores de um clube patrocinado pela Fiat. Será que a montadora resolveu fazer como a Locaweb? Ou teria contratado o ex-executivo Alex Glikas, que fez provocações ao mesmo São Paulo, quando a empresa patrocinava o clube?

Quando os consumidores começaram a reclamar, a Fiat se calou por horas. Não twittou, ignorou perguntas no Formspring, não respondeu e-mails e retirou seu site do ar no início da noite. Limitou-se a um esclarecimento mínimo:

Mais do que demitir os responsáveis pelas brincadeiras inoportunas, a Fiat e sua agência de mídias sociais devem corrigir os erros oferecendo a tal pintura cor de rosa, ainda que como opcional. É o primeiro passo para se redimir. Mais que bom monitoramento de marca, é preciso ter cuidado ao selecionar quem cuida dela nas redes sociais. Ou então se preparar para marcar “Uno” belo Gol. Contra.

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