Eu disse que a postagem anterior seria a última do ano. Mas estamos no Brasil-sil-sil, então somos surpreendidos a cada dia. Eis que o Sr. Rodrigo Vilela (que anda, mas consegue ser gordo…) resolveu plantar esse texto aqui falando sobre Carnaval e Fórmula 1, duas coisas que estão muito em queda hoje em dia…
Ontem eu estive em uma discussão altamente proveitosa com o Leonardo Dahi, o Luís Butti e o Bruno Malta a respeito dos desfiles das escolas de samba.
Papo esse que surgiu após a RGT anunciar que não transmitiria ao vivo os desfiles de Estácio, União da Ilha, Vila Isabel e Salgueiro. Depois mudou de ideia, deixando de passar apenas a primeira de cada dia. Bizarro e ridículo do mesmo jeito.
Pois bem, vou expor aqui o que eu disse lá no meu Twitter, convidando a todos a deixar vossas opiniões. OPINIÕES!! (nota do diretor: embora isso aqui seja o a.k.a. Ikki!!, nós prezamos o debate sadio, argumentativo e sem huehuehuebrismos…)
O Carnaval, especialmente o dos desfiles oficiais, passa por um processo igual ao da Fórmula 1 (foi o exemplo que eu usei). Talvez a maior diferença seja em quem manda, mas a essência do problema é a mesma: péssima divulgação – problema da falta de marketing da LIESA e das escolas, pouca importância para angariar novos fãs, negação às redes sociais (as páginas oficiais das escolas são pífias em sua imensa maioria)… O resultado? Em ambos os casos, a indiferença!!
Do mesmo jeito que muita gente gostava dos desfiles nos anos 60, 70 e 80, a ponto das rádios FM tocarem os sambas em sua programação, não deveria ser difícil seguir divulgando os sambas, a festa e os desfiles de forma a ter sempre mais gente CONSUMINDO o PRODUTO Carnaval (comprando os CDs, indo às festas das escolas, comprando camisetas, bonés…).
Não é o que vemos hoje: a venda de CDs cada vez mais bate recordes negativos; a maioria não sabe nem as regras básicas dos desfiles e poucos conhecem os integrantes das escolas.
Isso tudo faz a RGT bater de frente e impor suas vontades: além de não ter nenhum programa especial sobre o assunto durante o ano, ainda comete a atrocidade de não transmitir QUATRO escolas, uma delas favoritíssima ao caneco.
O Carnaval, assim como a Fórmula 1, tem MUITA importância. O próprio nome garante o retorno. Mas desde que trabalhado e divulgado da maneira certa. E isso se perdeu ao longo do tempo: ingressos caríssimos, péssima distribuição de valores e, no caso específico do Carnaval, uma festa que, nos últimos anos, se volta quase que exclusivamente aos gringos que ocupam os camarotes e que estão dando de ombros para quem está na avenida.
Acho que cheguei no ponto principal: assim como a Fórmula 1, o Carnaval precisa recuperar o telespectador que sempre gasta madrugadas vendo os desfiles. É um processo que leva tempo – corrigir algo sempre leva mais tempo do que destruir – e passa, basicamente por: ingressos mais baratos não somente no Setor 1; maior segurança para o torcedor DE VERDADE, e não só para os engomadinhos do camarote e melhor divulgação nas redes sociais. Este último item também deve ser “incorporado” pelas escolas, que precisam entender que não é só nos 82 minutos de desfile que ela vai atrair novos fãs. Precisa escolher os sambas bons (e não os que levam mais grana); precisam explorar a criatividade de seus carnavalescos, ao invés de encher a avenida de luxo, muitas vezes incompreensível para quem vê; precisa ter páginas oficiais mais funcionais (sem aquele monte de efeito que só trava a página e faz o bamba desistir de visitar a página) e o principal: usar a força que tem – e que muitas ignoram – para peitar a LIESA e, junto a ela, exigir melhor tratamento da TV.
As mídias que dão atenção ao Carnaval e às escolas não podem ser ignoradas. Já temos o Bar Apoteose, que se dedica exaustivamente a noticiar e opinar durante o ano todo. Temos a Rádio Arquibancada e a Rádio Mania, duas das que tratam a festa à exaustão. Temos portais sensacionais, como o SRZD-Carnaval, o Ouro de Tolo, o Carnavalesco e o Sambario. A rádio da qual eu faço parte, a Rádio Show do Esporte, que tem um programa semanal que relembra os grandes sambas da história. E tem a Super Rádio Tupi e seu Tupi Carnaval, que dispensa maiores elogios. Mas a mudança deve partir da LIESA e das escolas que, dentre tudo isso que eu citei, precisa se voltar a quem realmente gosta de Carnaval.
Para que estes, por tabela e naturalmente, “espalhem” que Carnaval é bom, que as escolas são bacanas e que os Desfiles não são chatos. Novos fãs surgirão de maneira natural.
E vocês, bambas e amantes de samba? O que pensam sobre isso?
Saudades de quando tínhamos a opção da “Pode preparar o seu confete… que este ano na avenida tem Manchete…”!