Edição 2101 – Bandeirada 116

Nunca imaginei que fosse ver uma cena dessas na Fórmula 1 novamente: vários pilotos reunidos para enterrar um colega morto… Uma cena que não se repetia desde maio de 1994, com a morte de Ayrton Senna… Desde então, eu vi acidentes muito graves acontecerem na Fórmula 1, a saber:

  • Karl Wendlinger, treinos para o GP de Mônaco de 1994
  • Andrea Montermini, treinos para o GP da Espanha de 1994
  • Mika Häkkinen, treinos para o GP da Austrália de 1995
  • Olivier Panis, GP do Canadá de 1997
  • Ricardo Zonta, treinos para o GP do Brasil de 1999
  • Michael Schumacher, GP da Grã-Bretanha de 1999
  • Luciano Burti, GP da Bélgica de 2001
  • Ralf Schumacher, GP dos Estados Unidos de 2005
  • Robert Kubica, GP do Canadá de 2007
  • Felipe Massa, treinos para o GP da Hungria de 2009
  • Sergio Pérez, treinos para o GP de Mônaco de 2011

Todos estes acidentes que eu mencionei tiveram, inicialmente, alguma consequência considerável pro piloto, mas com recuperação satisfatória depois. Häkkinen e Schumacher viriam a ser campeões anos depois de seus acidentes, destaque pro Häkkinen, que quase morreu nessa brincadeira.

Me lembro que eu estava na casa da JH quando vi essa corrida. Lembro que teve muitas voltas com chuva e DRS ativado, até que este foi desabilitado, depois teve a batida do Sutil, um tempo depois o Safety Car, a bandeira vermelha e o anúncio que a corrida não seria reiniciada. Ninguém mostrava nada, mas davam notícias de que o Bianchi tinha sofrido um acidente muito grave. Naquela hora, o meu Twitter, que estava desgraçadamente aloprado, mudou o tom…


Pois é… Rolou o fatality… Com nove meses de atraso… Mas, sejamos realistas: as chances de se sobreviver à uma lesão axonal difusa são menores que a Teshii (que, pra quem não sabe, consegue ser ainda menor que a JH…), sem sequelas então, é praticamente impossível. A lesão axonal difusa, pra quem está boiando, é uma lesão na qual o cérebro gira dentro do crânio. Quase sempre acontece por causa de um impacto muito forte e/ou uma desaceleração, que foi o que aconteceu no caso do Bianchi.

Coincidentemente, eu estava novamente na Casa de Peixes (sim, a casa da JH…) quando recebi a notícia da morte do Jules Bianchi. Claro, não há como não ficar sentido com a notícia, pois pra quem curte esporte a motor, a morte de um piloto nos afeta como se fosse a de um amigo mais ou menos próximo. Ainda mais quando este estava no início da carreira na época do acidente, com um futuro bastante encaminhado para correr na Ferrari em 2016, já que ele era piloto da academia da equipe italiana.

Dos 20 pilotos que formam o grid neste ano, apenas os dois pilotos da Toro Rosso não eram nascidos quando Senna morreu. Os demais mal haviam começado suas carreiras no kart. Nunca havia passado em nossas cabeças que estes pilotos teriam que passar por este triste ritual um dia. Mesmo com todos os avanços das medidas de segurança na principal categoria do esporte a motor, ninguém está isento dos riscos aos quais estamos expostos quando andamos de carro.

Pilotos e ex-pilotos, como Emerson Fittipaldi, Gerard Berger, Alain Prost e Rubens Barrichello, carregam o caixão de Ayrton Senna.
Pilotos e ex-pilotos, como Emerson Fittipaldi, Gerard Berger, Alain Prost e Rubens Barrichello, carregam o caixão de Ayrton Senna

E esta foi a edição 116 do Bandeirada, com nossas opiniões sobre a morte, a vida e a carreira de Jules Bianchi, bem como os outros assuntos da semana automobilística (sim, teve…), que você pode baixar pelo MEGA ou pelo 4shared, mas você pode dar o play aí abaixo que não dói… Eu garanto…

Ah, sobre a arte que eu menciono na Nota Dez…

Dentro do traçado da Snaefell Mountain Course não cabe quase nada de pista... (clique pra ver BEM MAIOR!!)
Dentro do traçado da Snaefell Mountain Course não cabe quase nada de pista… (clique pra ver BEM MAIOR!!)

E, sim, está em escala…

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