Edição 1914 – Deu mole…

ais uma edição… Hoje eu estou inspirado… Podia escrever tudo na mesma edição, mas ia saturar… Resolvi escrever os assuntos em edições diferentes porque… Porque me deu vontade de escrever em edições diferentes, porra!!

– Ui, tá irritadinho… Vai dar o cu de raiva?

É, agora já era...
É, agora já era...

Pois é… “Senna na Williams“… Uma notícia tão 1994… Só que o que separa o “Senna na Williams” de 1994 e o “Senna na Williams” de 2012 é que em 1994, Senna era o melhor piloto em atividade e a Williams era o melhor time em atividade… Hoje, Senna tenta firmar sua carreira e a Williams segue num caminho meio que sem volta para o limbo…

Pro mesmo limbo onde foram Tyrrell, Ligier, Lotus (a original), Brabham… E uma coincidência: todas estas equipes chegaram a ser grandes em algum ponto de suas histórias, disputaram vitórias, títulos, mas aí começaram a cair… Sem dinheiro, agonizaram com pilotos pagantes até finalmente morrerem… E a Williams, a última sobrevivente desta era, também segue pelo mesmo caminho…

Não desmerecendo o talento do Bruno Senna, que eu sei que existe, mas não é segredo nenhum que ele só foi contratado pela Williams porque ele tem a OGX, a P&G e a Embratel, que levaram 30 milhões de lascas americanas para os já combalidos cofres de Sir Francis Owen Garbatt Williams… E, com isso, o nosso amigo Rubens Barrichello, depois de 19 temporadas e 322 grandes prêmios disputados, tomou no cu

Tomou no cu porque a Williams não está podendo se dar ao luxo de poder colocar um piloto mais experiente que possa ajudar no desenvolvimento do carro no lugar de um menos experiente mas com muito mais recur$o$… Essa é a Fórmula 1 de hoje… Essa merda que eu vejo e digo: “ainda bem que meu pai não viveu pra ver isso…” (se bem que ele odiava o Rubinho…)

Faremos uma pequena pausa no texto… Se você sabe inglês, dê uma olhada nesta página, que relata três casos de pilotos que cometeram o mesmo erro do Rubinho… Depois volte e continue lendo aqui…

Pois bem… O cara teve uma ótima chance de parar numa boa, por vontade própria e, acredite, quando estava por cima… No final de 2008, Rubens Barrichello se viu em situação parecida: apenas uma vaga na equipe e esta vaga pretendida também pelo Bruno Senna… Aí a equipe dele morre de vez, vem o Ross Brawn, compra os restos mortais desta equipe e cria a Brawn GP, que necessitava de alguém pra desenvolver o carro…

Rubens chega a disputar o título, mas seu companheiro Jenson Button venceu o campeonato de 2009… Aquilo serviu pra mostrar que ele ainda tinha lenha pra queimar, mas podia ter saído naquele ano mesmo, por cima… Tal como fizeram Alain Prost e Michael Schumacher, por exemplo… Prost, inclusive, foi campeão em 1993 e se aposentou no final daquele ano, aos 38 anos… Mas ainda bastante competitivo e com vaga em qualquer time que ele quisesse…

Aí vem o Rubinho e fica a pé… Ainda que ele seja querido pelos companheiros de pista, mas a triste verdade é que ninguém na Fórmula 1 o quer mais… Quer dizer, querer até querem, porque um piloto experiente é de grande valia pra qualquer time, principalmente um time pequeno, mas a Fórmula 1 de hoje quer cada vez mais pilotos endinheirados que pagam pra correr…

(Não que isso seja coisa recente, pilotos pagantes existem desde sempre… Mas eles nunca foram tão recorrentes como são hoje…)

Rubinho perdeu, na minha opinião, uma chance de encerrar a carreira com dignididade… E termina assim, mendigando uma última vaga, talvez na Hispania… E todo aquele respeito que ele vinha conquistando, ainda mais depois que ele passou a interagir mais com seu público via Twitter, cai por terra porque ele não soube a hora de parar…

Mas, como minha mãe costuma dizer, “o que é de gosto, é regalo da vida”… Eu acredito que o Rubinho merecia encerrar a carreira de forma mais digna, ainda mais por tudo que ele já fez na Fórmula 1… Afinal, quer vocês queiram ou não, Barrichello é o melhor piloto brasileiro de todos os tempos, depois de Emerson, Nelson e Ayrton… Mas ele deu mole… Mais uma vez, Rubinho deu mole…

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