Edição 2124 – Cadê o respeito?

Eu disse que a postagem anterior seria a última do ano. Mas estamos no Brasil-sil-sil, então somos surpreendidos a cada dia. Eis que o Sr. Rodrigo Vilela (que anda, mas consegue ser gordo…) resolveu plantar esse texto aqui falando sobre Carnaval e Fórmula 1, duas coisas que estão muito em queda hoje em dia…

"Aí sim, fomos surpreendidos novamente...!!"
“Aí sim, fomos surpreendidos novamente…!!”

Ontem eu estive em uma discussão altamente proveitosa com o Leonardo Dahi, o Luís Butti e o Bruno Malta a respeito dos desfiles das escolas de samba.

Papo esse que surgiu após a RGT anunciar que não transmitiria ao vivo os desfiles de Estácio, União da Ilha, Vila Isabel e Salgueiro. Depois mudou de ideia, deixando de passar apenas a primeira de cada dia. Bizarro e ridículo do mesmo jeito.

Pois bem, vou expor aqui o que eu disse lá no meu Twitter, convidando a todos a deixar vossas opiniões. OPINIÕES!! (nota do diretor: embora isso aqui seja o a.k.a. Ikki!!, nós prezamos o debate sadio, argumentativo e sem huehuehuebrismos…)

Mas que mania que vocês têm de fazer mau juízo da professorinha, poxa...
Mas que mania que vocês têm de fazer mau juízo da professorinha, poxa…

O Carnaval, especialmente o dos desfiles oficiais, passa por um processo igual ao da Fórmula 1 (foi o exemplo que eu usei). Talvez a maior diferença seja em quem manda, mas a essência do problema é a mesma: péssima divulgação – problema da falta de marketing da LIESA e das escolas, pouca importância para angariar novos fãs, negação às redes sociais (as páginas oficiais das escolas são pífias em sua imensa maioria)… O resultado? Em ambos os casos, a indiferença!!

Do mesmo jeito que muita gente gostava dos desfiles nos anos 60, 70 e 80, a ponto das rádios FM tocarem os sambas em sua programação, não deveria ser difícil seguir divulgando os sambas, a festa e os desfiles de forma a ter sempre mais gente CONSUMINDO o PRODUTO Carnaval (comprando os CDs, indo às festas das escolas, comprando camisetas, bonés…).

Não é o que vemos hoje: a venda de CDs cada vez mais bate recordes negativos; a maioria não sabe nem as regras básicas dos desfiles e poucos conhecem os integrantes das escolas.

Isso tudo faz a RGT bater de frente e impor suas vontades: além de não ter nenhum programa especial sobre o assunto durante o ano, ainda comete a atrocidade de não transmitir QUATRO escolas, uma delas favoritíssima ao caneco.

O Carnaval, assim como a Fórmula 1, tem MUITA importância. O próprio nome garante o retorno. Mas desde que trabalhado e divulgado da maneira certa. E isso se perdeu ao longo do tempo: ingressos caríssimos, péssima distribuição de valores e, no caso específico do Carnaval, uma festa que, nos últimos anos, se volta quase que exclusivamente aos gringos que ocupam os camarotes e que estão dando de ombros para quem está na avenida.

Melhor ver o filme do Pelé, de fato...
Melhor ver o filme do Pelé, de fato…

Acho que cheguei no ponto principal: assim como a Fórmula 1, o Carnaval precisa recuperar o telespectador que sempre gasta madrugadas vendo os desfiles. É um processo que leva tempo – corrigir algo sempre leva mais tempo do que destruir – e passa, basicamente por: ingressos mais baratos não somente no Setor 1; maior segurança para o torcedor DE VERDADE, e não só para os engomadinhos do camarote e melhor divulgação nas redes sociais. Este último item também deve ser “incorporado” pelas escolas, que precisam entender que não é só nos 82 minutos de desfile que ela vai atrair novos fãs. Precisa escolher os sambas bons (e não os que levam mais grana); precisam explorar a criatividade de seus carnavalescos, ao invés de encher a avenida de luxo, muitas vezes incompreensível para quem vê; precisa ter páginas oficiais mais funcionais (sem aquele monte de efeito que só trava a página e faz o bamba desistir de visitar a página) e o principal: usar a força que tem – e que muitas ignoram – para peitar a LIESA e, junto a ela, exigir melhor tratamento da TV.

As mídias que dão atenção ao Carnaval e às escolas não podem ser ignoradas. Já temos o Bar Apoteose, que se dedica exaustivamente a noticiar e opinar durante o ano todo. Temos a Rádio Arquibancada e a Rádio Mania, duas das que tratam a festa à exaustão. Temos portais sensacionais, como o SRZD-Carnaval, o Ouro de Tolo, o Carnavalesco e o Sambario. A rádio da qual eu faço parte, a Rádio Show do Esporte, que tem um programa semanal que relembra os grandes sambas da história. E tem a Super Rádio Tupi e seu Tupi Carnaval, que dispensa maiores elogios. Mas a mudança deve partir da LIESA e das escolas que, dentre tudo isso que eu citei, precisa se voltar a quem realmente gosta de Carnaval.

Para que estes, por tabela e naturalmente, “espalhem” que Carnaval é bom, que as escolas são bacanas e que os Desfiles não são chatos. Novos fãs surgirão de maneira natural.

E vocês, bambas e amantes de samba? O que pensam sobre isso?

Saudades de quando tínhamos a opção da “Pode preparar o seu confete… que este ano na avenida tem Manchete…”!

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